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Emi

PRIMEIROS DIAS EM LONDRES (em uma versão bem resumida)

Atualizado: 14 de fev. de 2023

Parece que foi ontem quando chegamos em Londres em 2007, só que não!

Uma das nossas primeiras fotos em Londres, tirada dentro do London Eye


Sem paracer soar muito ‘velhas’, naquela época (2007) não existia tanta informação online como existe hoje. Quando batemos o martelo e decidimos nos mudar para Londres, nós começamos uma pesquisa pesada para nos prepararmos para a mudança. Isso porque, estranhamente, nunca tivemos um sonho de morar em Londres, a capital da Inglaterra. Tínhamos um sonho de morar fora, no exterior. Mas, isso é uma história para um outro post.


Voltando ao planejamento: conversamos com amigos que já tinham morado em Londres, e procuramos informacoes na internet. Uma das ferramentas que mais nos ajudou foi uma rede social chamada Orkut (sim, somos deste tempo). Nesta rede social, existiam várias comunidades direcionadas a temas específicos, nós faziamos partes de todas as comunidades relacionadas a brasileiros morando em Londres e fomos lendo absolutamente tudo. No final de alguns meses, nós já tínhamos um guia completo sobre Londres. Filtramos muita coisa, mas podemos confessar que o guia foi muito útil no inicio.


Entre muitas recomendações das comunidades da antiga rede social, a principal foi moradia, alugamos um quarto por um mês numa dessas casas que nos foi recomendada. Alugamos ainda do Brasil, e com uns três meses de antecedencia. Mesmo tendo conversado com muitas pessoas que já tinham morado na mesma casa, ficamos um pouco apreensivas na hora de fazer o pagamento antecipado, mas fomos com cara, coragem e muito pensamento positivo!!! E coloca pensamento positivo nisso!


Deu certo! Nosso quarto estava arrumado e esperando por nós. A casa era uma típica casa Inglesa em Kensal Rise, a dona da empresa tinha várias casas pela região do Norte de Londres, mais ou menos entre as zonas 3 e 4, e a dona da empresa vivia de alugar quartos para recem chegados em Londres. Essa casa era bem conhecida, principalmente entre os brasileiros. De uma forma ou de outra todo mundo passava por lá! Parece que nos aueros tempos, era uma casa bem concorrida.


Assim que chegamos na casa, tocamos a campanhia mas ninguém atendeu. Tocamos mais algumas vezes, batemos na porta e nada. Sentamos durante 1 minuto na calçada da rua (que pareceu uma eternidade), e aquale calafrio subiu pela nossa espinha. Nos olhamos assustandas e nos perguntamos: "E agora? O que faremos?" Não tínhamos nenhum plano B. Seria sentar e chorar, sentada nós já estávamos, só faltava chorar. Mas por um milgare, um dos moradores (brasileiro - pois a casa só tinha brasileiros) abriu a porta. UFA!! Nossa, foi uma alegria só! Ele nos explicou que a campanhia estava quebrada e todos os moradores estavam bebando, conversando na cozinha e por isso não nos escutaram. Felizmente, o 'abridor de portas' escutou os nossos murros deseperados na porta e lembrou que as 'irmãs cariocas' iriam chegar naquela tarde. Pelo menos a dona da casa deixou um recado com os moradores avisando da nossa chegada.


Passado esse pequeno susto e quase recuperadas, recebemos nossa primeira bomba, a dona da empresa estava se “aposentando” e ia fechar seus negócios. Em outras palavras, nos tínhamos que nos mudar desta casa até o fim da semana. Chegamos em Londres na terca-feira, não conhecíamos nada e nem ninguém e tínhamos até sexta-feira para encontrar uma outra casa. Tarefa fácil, correto?


Ficamos enfurecidas, a dona da casa não nos avisou antes de chegar em Londres, assim pelo menos poderíamos ter nos preparado psicologicamente. Enfim... bem vindas a Londres! Foi uma correria só! Nem preciso dizer que quase nem dorminos naquela noite, ne?! E olha que estavamos cansadas do voo de 12 horas entre o Rio de Janeiro e Londres. Como tudo na vida tem um lado positivo, nessa casa só tinha brasileiros também recem chegados em Londres, e estavam todos na mesma situação. Comecou então um esquema de todo mundo se ajudar a procurar emprego e casa.


Já no dia seguinte saimos todos juntos, parecia uma excursão pelo centro de Londres desfilando pela Oxford Street, o pessoal da casa nos ajudou a comprar o Oyster (Oyster é um cartão eletrônico para ser usado nos transportes públicos em Londres), nos ajudou a comprar um chip de celular e um aparelho simples apenas para receber e fazer ligacão, e fomos com eles nos cadastrar em uma agencia de empregos, onde de novo, a agencia era bem conhecida entre os brasileiros e estudantes estrangeiros.


De cara já conseguimos um evento pra trabalhar no dia seguinte e nas semanas seguintes. Saimos de lá super animadas direto pra abrir uma conta num banco inglês para receber o nosso primeiro salário. Conta bancaria aberta e novo celular em mãos, ligamos para uma agencia de acomodacão que por coincidência estava com um apartamento novo bem no centro de londres disponível. Resultado, mudamos na sexta feira para Marble Arche (Zona 1 de Londres), e levamos todos os brasileiros da casa em Kensal Rise conosco.


Em um dia de Londres nos conseguimos resolver tudo! Casa, emprego e burocracia! Naquele dia sabiamos que tudo ia realmente dar certo!



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